quinta-feira, 6 de maio de 2010

Oi. É, eu sei. Faz tempo. O fato é que eu pensei que podia postar regularmente, mas já vi que não é tão simples. Tem que ser espontâneo, tem que ter um estímulo, se não eu fico inerte. Penso em tantas coisas que poderia escrever aqui, mas ou me faltam palavras ou me falta ação mesmo. E também não é só isso, acabei de sair de uma maratona de provas. Exagerei, não foram muitas provas. Foram duas, mas que me tomaram tempo e me desgastaram como se fosse uma maratona. Então o argumento é válido. Enfim, acho que poderei ter mais paz agora.
Outra coisa boa do fim do período de provas é que eu posso me dedicar a atividades mais triviais e prazerosas sem me sentir culpada - por estar perdendo tempo de estudo. Então comecei a ler um livro ontem, livro de história. Encasquetei com isso, acho que a história do ensino médio não foi suficiente.
Pois bem, ainda tô no começo e estava falando sobre os hominídeos, como se organizavam, caçavam, e se adaptavam a diferentes regiões. Por serem grupos nômades, muitas vezes desbravavam terras desconhecidas e tinham que enfrentar leões, elefantes, leopardos. Quando nasciam bebês gêmeos, costumavam matar um deles e abandonavam os idosos que já não podiam andar para morrerem sozinhos.
Cara, isso soa tão cruel, não? Apesar de já fazer milhões de anos - sim, milhões - e de ser algo natural, como o instinto de sobrevivência, eu não consigo deixar de sentir uma ponta de horror ao ler esse tipo de coisa. Tudo culpa dessa nossa mania de humanização. Mas veja só, eles eram seres humanos também. Só tentavam sobreviver. E deu certo - ou não.
As vezes tenho a impressão de que estamos nos esquecendo que, com toda desgraça, ainda somos animais - pois é, ainda fazemos parte da natureza. O pensamento de se alimentar, reproduzir e sobreviver parece ser secundário nas preocupações do dia-a-dia, mas ele está lá.
- "Será que consigo tirar nota boa nessa prova?"
- "Preciso de um vestido novo para a festa! E agora?"
- "Minha namorada me deu um fora. Não sei o que faço mais da minha vida".
Quando eu tenho uma visão mais geral da vida, esses problemas me parecem tão risíveis! A vida é tão efêmera, e pode ser ceifada a qualquer momento. Você, caro leitor, já parou realmente pra pensar no impacto disso tudo? Você, assim como eu, se preocupa tanto com problemas diários e vicissitudes, quando, no final, somos apenas saquinhos de carne aleatórios, arranjos moleculares de carbono, tão irelevantes para o universo como as planárias, como os protozoários, quanto uma pedra, quanto um grão de poeira, quanto nada.
Ok, esse post está começando a assumir um ar, no mínimo, pessimista. Para não dizer paranóico. Mas calma, é só uma reflexão mesmo. Ninguém deve - nem vai - parar sua vida e deixar de dar importância aos problemas diários por causa disso. Mas nesses momentos metafísicos, eu tento comparar as minhas preocupações com toda incógnita que é o universo e vejo como dou importância a besteiras diante da imensidão da vida. Então assim, a lição que fica pra mim - e que estou compartilhando aqui - é a seguinte: viva sua vida, aproveite os momentos e não se perca em pensamentos restritos afinal, a qualquer momento você pode tropeçar e bater a cabeça no meio-fio. E pode ser grave. E pode ser fatal. E você pode não ter vivido nada do que sonhou. E suas preocupações realmente não terão mais a mínima importância. Cruel? Não, natural.

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